CURTINDO UMA RESSACA
Fotos: Fátima Afonso |
Amo o mar, seu cheiro característico, o vaivém das ondas e a
amplitude do horizonte – tudo isso, claro, emoldurado por um céu intensamente azul.
Pra ser bem sincera, em dias cinzentos fujo da praia. Há cerca de dois anos, porém,
por força das circunstâncias, decidi ir pra Santos (litoral de São Paulo) numa semana nada promissora
em termos de tempo e temperatura. Como a intenção era apenas arejar as ideias,
resolvi descer a serra assim mesmo. Afinal, opções de passeio não faltariam. O
centro histórico da cidade, o Parque Zoobotânico Orquidário, o Museu do Café, o
Aquário Municipal e o Museu da Pesca eram algumas delas.
O tempo, na verdade, não estava de todo ruim: para a minha
felicidade, vez ou outra, timidamente o sol se mostrava. No meio da semana, porém,
a cidade foi surpreendida por uma ressaca. Pela primeira vez, decidi ver de
perto o mar revoltoso. Esperei passar o momento mais crítico e, munida apenas
da minha máquina fotográfica, fui para a praia. Indiferente à força do vento,
me deixei hipnotizar pelo movimento das águas – àquela hora do dia, já bem
mais mansas – e pelo jogo de luzes e sombras que a natureza desenhava à minha
volta. Que grande artista é a natureza em fúria... Se soubesse isso antes,
certamente não teria fugido tanto do mau tempo.
Caminhava pelo calçadão, envolvida por aquela paisagem,
quando cruzei com um grupo de